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Tratamentos

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Inicialmente, é importante compreender que o incômodo pode ser maior quando não se tem controle sobre o som. Nesse caso, a pessoa é incapaz de modificar o ambiente e o comportamento de outras pessoas para eliminar o ruído, o que pode gerar mais sofrimento.
Entendendo que a condição envolve os aspectos emocionais e psicológicos, as respostas aos sons podem ser variáveis nas diferentes situações do dia a dia da pessoa.
Apesar de a hiperacusia ainda não ter cura, existem opções de tratamento com diferentes abordagens terapêuticas para promover conforto.
1. O controle, o motivo e o relacionamento
Existem situações que estão fora do poder e dificultam a vida de quem sofre com hiperacusia. O exemplo a seguir ilustra como o ambiente e as pessoas podem influenciar negativamente.
Exemplo: Um cortador de grama sendo utilizado na casa ao lado.
Neste caso, a pessoa que sofre com hiperacusia não tem controle do som que a incomoda, pois está na casa ao lado. Assim como, o motivo do som não parece ser justificável, pois aquele cortador de grama está sendo utilizado no meio da noite! Além disso, não ter uma boa relação com o culpado pelo som (quem utiliza o cortador de grama é um novo vizinho nunca visto).
O oposto também acontece, por exemplo com música:
Caso o som esteja sob o controle da pessoa que sofre com hiperacusia, por exemplo, essa pode reduzir o volume ou parar uma música se preciso. Assim como, ter uma boa justificativa ou boa relação com o causador do som pode favorecer o indivíduo (por exemplo, ouvir uma música da qual gosta muito ou ouvir em casal uma música do casamento).
São situações com poder de escolha. Assim, o efeito da dificuldade pode ser menor e mais tolerável.
Por isso, uma das formas de tratamento é o aconselhamento terapêutico para trabalhar os sentimentos ligados à experiência e auxiliar na compreensão das situações fora do controle, que podem parecer não ter uma causa justa e resulte em sentimentos ruins.
No decorrer do processo, o paciente é encorajado a identificar os sentimentos presentes nestas situações e iniciar medidas de enfrentamento.

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2. Não evitar o som:
O isolamento social na hiperacusia ocorre como forma de evitar o desconforto que acontece na exposição aos sons. No entanto, ao evitar o ruído, aumenta-se a falta de tolerância ao som e leva ao aumento do sofrimento.
Portanto, uma das medidas terapêuticas para o confronto da ansiedade é o contato e retorno gradual das atividades antes evitadas.

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3. Terapia cognitivo-comportamental:
A terapia cognitivo-comportamental é realizada por psicólogos, sob diferentes métodos com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do paciente.
Método de psicoeducação:
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Auxilia com que o paciente entenda o funcionamento da audição e do som.
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Atua na identificação e compreensão dos pensamentos durante as dificuldades.
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Tem a finalidade de que o paciente entenda o processo do tratamento da hiperacusia.
Método de exposição gradual:
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Gradualmente, auxilia que o paciente tenha contato com o som e lugares evitados.
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Auxilia no enfrentamento das situações problema.
Método ativação comportamental:
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Promove o envolvimento com atividades benéficas.
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Auxilia no retorno das atividades antes abandonadas.
-----Além dos métodos citados, ainda existem as técnicas de relaxamento para redução do estresse.

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4. Terapia Sonora
A terapia sonora é realizada com um gerador de ruído. O paciente irá receber um som diariamente, e gradualmente irá aumentar o tempo de exposição. O objetivo é que fique mais tolerante ao som e tenha o desconforto reduzido.
-----Por fim, ressalta-se que o uso de protetores auditivos é essencial em lugares ruidosos e com som forte. No entanto, o uso constante e sem indicação para conforto em sons fracos e comuns do dia a dia, é prejudicial a longo prazo uma vez que reduz a tolerância aos sons.
Referências:
TYLER, R. S.; PIENKOWSKI, M.; RONCANCIO, E. R.; et al. A Review of Hyperacusis and Future Directions: Part II. Measurement, Mechanisms, and Treatment. American Journal of Audiology, v. 23, n. 4, p. 420–436, 2014.
BLÄSING, L.; KRÖNER-HERWIG, B. Self-reported and behavioral sound avoidance in tinnitus and hyperacusis subjects, and association with anxiety ratings. International Journal of Audiology, v. 51, p. 611–617. 2012.
JÜRIS, L., ANDERSSON, G., LARSEN, H. C., EKSELIUS, L. Cognitive behaviour therapy for hyperacusis: A randomized controlled trial. Behaviour Research and Therapy, v. 54, p. 30–37. 2014.
FORMBY, C.; HAWLEY, M.; SHERLOCK, L. P.; et al. Intervention for restricted dynamic range and reduced sound tolerance: Clinical trial using a tinnitus retraining therapy protocol for hyperacusis. Proceedings of Meetings on Acoustics, v. 19, 050083. 2013